DIÁRIO DA VIAGEM

Dia #1 - 13/4/2019 - sábado
De Brasília a Paranaíba (MS) - 880 km rodados.

1. Saí de casa às 7h20 de hoje, dia 13/4/2019, para uma jornada de 3 dias até Assunção, onde farei os dois primeiros pernoites no exterior. Fui pilotando na paz, com a música do Martinho da Vila na cabeça: "É devagar, é devagar devagarinho"... Eu acredito em estatísticas e tem uma que afirma que 75% dos acidentes de trânsito acontecem perto de casa ou do trabalho. Levo isso a sério! Viajei sem pressa o dia todo (pressa pra quê mesmo?). De fato, só fui além dos 120 km/h em algumas ultrapassagens.

2. Criei um nome pra minha moto: ZUZU! É muito desrespeitoso conviver com uma coisinha tão maravilhosa sem saber o nome dela. Eu amo essa danada! Zuzu tem rodas raiadas (mais resistentes), 3 cilindros com 140 cavalos aproximados de potência, freios ABS, controle de tração, aquecedor de manopla (e de assento), piloto automático, transmissão por cardã (não tem corrente) e tudo mais que um cabra como eu precisa para essa viagem. Trata-se de uma Tiger 1200 XCA, fabricada na Inglaterra (British Triumph). Dentre todas as motos produzidas no mundo, Zuzu está entre as TOP 10, seguramente. E tem uma vantagem comparativa fantástica: as revisões são realizadas a cada 16 mil km, enquanto que as concorrentes da Honda, BMW e Yamaha são feitas entre 6 e 10 mil km. Isso possibilita uma viagem com menos paradas. Zuzu, eu te amo! (💗💗).

3. Quero ressaltar que comecei minhas viagens numa motinha de 125 cilindradas (ainda nos anos 1980), depois evolui pra outras ainda modestas. Há 7 anos passei a possuir motos acima de 1000 cc. E eu mereço! Trabalhei muito na vida e botei muita grana no cofrinho antes de adquirir máquinas ao estilo Zuzu.

4. Eu acho que esse projeto merecia um batismo, mas pelo amor de Deus, São Pedro exagerou na dose! Estou sob cortinas d'água desde Brasília. Geralmente eu gosto de dizer que fiquei encharcado até as cuecas. Mas não estou usando cueca desta vez. Vesti aquela bermudinha de ciclista que tem espuma pra proteger a região da próstata. Nunca usei fraldas, mas deve ser uma sensação parecida (😂😂). Muita chuva até aqui, com alguns trechos não muitos longos de piso seco. Mas, na verdade, não tô nem aí! Zuzu segura a onda com seu controle de tração. A moto não patina! Mantém a estabilidade sob qualquer circunstância. Estou feliz, em paz, muito seguro nas manobras. Mas se houvesse possibilidade, eu colocaria o veículo num ferry boat até Assunção, no Paraguai (ops!).

5. Nessa viagem, me dei o direito de ser desorganizado. Não fiz as planilhas que geralmente faço de cidade a cidade. Se eu tivesse feito, teria que carregar cerca de 40 planilhas comigo. Fui confiando demais no GPS, que desliga sozinho a todo momento, e errei o caminho. Vou ter que rodar 300 km a mais por conta disso. Uma baita "flavada"! Mas tudo bem, terei bastante tempo e ainda posso até errar outras vezes, sem estresse.

6. Cheguei em Paranaíba (MS) por volta das 17h, mas já estava escuro quando consegui achar vaga em um hotel modesto: Palace, a 85 reais a diária. A cidade fica a 18 km da belíssima ponte Porto de Alencastro, sobre o rio Paranaíba, que separa MG do MS.