Dias #18 e #19, 30/4/2019 e 1/maio/2019 - terça e quarta-feira.
De LIMA a ICA (302 km)- De ICA a MOLLENDO (657) - 959 km rodados em dois dias - 9.694 km desde Brasília: 503 km no Paraguai, 1343 km na Argentina, 1086 km no Chile e 4091 km no Peru.
1. Quero começar o relato falando o
seguinte: O povo é sempre bom! Sempre há pessoas maravilhosas onde quer que
estejamos. É mais fácil contar com uma pessoa humilde, que com qualquer
repartição pública. Dois dias antes de eu ser roubado, conheci um Irlandês em
situação parecida. Estava num posto de gasolina pedindo dinheiro pra voltar pra
casa. Ele havia sido assaltado, estava sem dinheiro, sem cartão e sem
documentos. Já tinha resolvido a questão documental na embaixada, mas não possuía grana pra passagem. Ele aprendeu um pouco de espanhol em 3 semanas....
E quem o abrigou nessa dificuldade? Um casal de nativos cedeu um quarto de sua
casa, compartilhou a pouca comida que tinha, sem sequer falarem o mesmo idioma.
Isso é lindo demais! Preciso registrar!
2. Vou fazer um adendo para falar um
pouco do Peru e como está sendo minha experiência em trafegar por aqui:
2a) No Peru a gasolina é vendida
em galão e não em litro, que corresponde a 3,78 l pela medida americana. Zuzu anda bebendo como um gambá com a gasolina
de 90 octanas!!! Foram as piores médias de toda a viagem. Chego a duvidar se o galão peruano tem realmente essa medida, porque a desproporcionalidade de consumo jamais aconteceu com as diferentes marcas de gasolina que usei!
2b) Como eu disse anteriormente,
as regras de trânsito no Peru não são compatíveis com as do mundo ocidental.
Eles criaram seu próprio modus operandi
nesse quesito. Não dão seta; buzinam como loucos; cortam pela direita e pelo
acostamento; fazem conversões sem sinalizar; freiam sempre em cima de quem está
na frente etc etc etc... Eu me adaptei rápido, fazendo tudo isso! Eu já sei que
quando coloco o dedo na buzina, ganho a preferencial. Quem fizer mais barulho,
leva! Fiquei craque em ultrapassar caminhões pelo acostamento à direita e em
faixa contínua. É a única maneira de conseguir avançar no trânsito maledicto das cidades peruanas. Tive que
optar por isso, porque é terrível andar a 10 km/h atrás de um carga
pesada. Quase todos os caminhões têm mais de 25 metros de comprimento. Outro detalhe, nas
pistas duplicadas os veículos circulam pela esquerda e não dão passagem. Se
quiser seguir, tem que ultrapassar pela direita. Ninguém reclama disso! É uma
regra diferente das do resto do planeta!
2c) No Brasil, a temporização dos
semáforos são definidas pelo município. Não há uma regra geral para isso. No Peru,
parece que é diferente. Eu passei por dentro de pelo menos 80 municípios, e em
todos eles existe a “onda vermelha”! Os sinais foram estrategicamente
cronometrados para que sempre estejam no vermelho. Parece brincadeira, mas não
me lembro de ter passado por nenhum sinal aberto em toda a viagem!!!! Acho que
é mais fácil ganhar na Mega Sena. A maioria tem cronômetro retroativo (como no
micro-ondas) e são muito demorados. Para piorar ainda existem quebra-molas
entre eles. A Panamericana é uma estrada maravilhosa, mas passa por dentro de
centenas de municípios. Ontem (30/abril), dormi em ICA, que tem a rodovia como
sua avenida central, com shopping centers, supermercados e restaurantes, além
de semáforos e quebra-molas pra dar de pau! Um engarrafamento dos piores que já
passei. Só não perde pra Lima!
2d) Por falar nisso, também ontem fui pegar a moto na revisão na concessionária Triumph, em Lima. Serviço
baratíssimo que mal chega a 25% dos preços praticados no Brasil. A atendente
disse que a moto estaria pronta às 14h. Fiz uma confusão com o horário, porque
aqui são 2h a menos. Cheguei lá às 13h (horário local). A concessionária estava
fechada para almoço! Putz, fiquei na rua 1h até abrir. Mais uma “flavada”! Saindo
de lá, peguei a rodovia rapidamente, porque a Triumph fica ao lado
Panamericana, mas foi inevitável a convivência com engarrafamentos.
3. Minha intenção era ainda hoje chegar a TACNA (dia 1/maio), a aproximadamente 1000 km de ICA, mas as curvas e os
caminhões não permitiram. Rodei apenas 657 km. Aqui são 2h a menos, mas
não existe vantagem comparativa em termos de rendimento na viagem. Às 17h30 já
está tudo escuro! Acabei parando para pernoitar em MOLLENDO, uma cidade bem
simpática à beira do Pacífico.
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Passando por Nasca |
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Jerson, um muchacho que gostou de Zuzu |
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Em Ocoña |
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Pacífico outra vez! |
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Panemericana. Deserto sem fim! |
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Nasca |
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Nasca |
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Descendo para o Pacífico |
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Praia? |
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O Deserto e o Mar |
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Rio na chegada a Ocoña |
Shoooooooow guri...
ResponderExcluirAinda bem que tem o alento da beleza da natureza. Boa sorte e bom retorno!
ResponderExcluirAinda bem que existem almas boas e solidárias!
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